Embreagem BH

Edit Content

Somos uma empresa com mais de 18  anos de experiência em sistemas de embreagem veicular. Com uma equipe especializada e equipamentos modernos, atendemos a qualquer modelo de automóvel, seja ele nacional ou importado. 

Contatos

Quem nunca entrou em um carro com câmbio automático e notou logo de cara a ausência daquele terceiro pedal? Sem o famoso pedal da embreagem, muita gente acaba pensando que transmissões automáticas simplesmente não têm embreagem. Mas será mesmo?

Depois de passar mais de uma década metendo a mão na graxa e estudando esses mecanismos, posso dizer que essa dúvida é mais comum do que parece. E com razão! O mundo das transmissões automáticas é cheio de nuances que passam despercebidas para quem não é do ramo.

Vou te contar um segredo: alguns tipos de câmbio automático realmente não têm embreagem como conhecemos, enquanto outros possuem sistemas de embreagem tão sofisticados que você sequer percebe que estão lá. E é isso que vamos destrinchar hoje, sem aquele papo de engenheiro cheio de termos técnicos que ninguém entende.

Câmbio automático: afinal, ele tem embreagem ou não?

Os diferentes tipos de câmbio automático

Antes de respondermos à pergunta que não quer calar, precisamos entender que existem vários tipos de transmissões que chamamos genericamente de “automáticas”:

1. Câmbio automático convencional (com conversor de torque)

Este é aquele câmbio clássico, presente em muitos carros americanos e em boa parte da frota mundial. E aqui vai a primeira revelação: ele não tem uma embreagem tradicional!

Em vez disso, usa um negócio chamado conversor de torque, que funciona com um sistema hidráulico para transferir a força do motor para as rodas. É como se fosse uma piscina circular cheia de óleo que transfere movimento através do próprio fluido.

Carlos, mecânico há 30 anos em uma concessionária de São Paulo, me contou algo interessante: “Quando comecei a mexer com automáticos nos anos 90, esses conversores sugavam gasolina que nem um filho na faculdade suga dinheiro. Hoje em dia, os modernos têm um sistema de bloqueio que economiza combustível quando você está em velocidade constante na estrada.”

2. Câmbio automatizado (ou robotizado)

Aqui a coisa muda de figura. Esse tipo tem sim embreagem – e não é qualquer uma, é praticamente a mesma dos câmbios manuais! A diferença é que, em vez de você pisar no pedal, quem faz esse trabalho são computadores e sistemas hidráulicos.

Marina, empresária de Belo Horizonte, lembra bem da experiência com seu primeiro carro com esse sistema: “Comprei um carro com câmbio automatizado achando que seria igual ao automático do meu marido. Que nada! Dava para sentir as trocas de marcha e aqueles solavancos. Depois entendi que era basicamente um câmbio manual com um robozinho trocando as marchas para mim.”

3. Câmbio de dupla embreagem (DCT)

Como o próprio nome já entrega, esse não só tem embreagem, como tem duas! Popularizado por marcas como Volkswagen (DSG), Porsche (PDK) e vários outros fabricantes, esse sistema usa duas embreagens trabalhando juntas – uma para as marchas pares e outra para as ímpares.

Paulo, que trabalha na assistência técnica de uma montadora alemã em Curitiba, me explicou tomando um café: “Sabe quando você está andando de bicicleta e já deixa a próxima marcha meio engatada para trocar rapidinho? É mais ou menos isso que esse sistema faz. Enquanto você está na terceira, ele já deixa a quarta preparada para entrar num piscar de olhos.”

4. Câmbio CVT (Transmissão Continuamente Variável)

Este é outro tipo que não usa embreagem tradicional. O CVT trabalha com polias e correia (ou corrente) que mudam de tamanho continuamente, como se fosse um câmbio de infinitas marchas.

Roberto, engenheiro que conheci num encontro de entusiastas de carros japoneses, compartilhou sua experiência: “Meu carro com CVT parece uma escada rolante – sem degraus, só um movimento contínuo. No começo estranhei, parecia que o carro estava sempre no ‘ponto morto’ da embreagem porque o motor mantém a rotação enquanto o carro acelera. Agora que me acostumei, acho super suave para o trânsito da cidade.”

Câmbio automático: afinal, ele tem embreagem ou não?

Como funciona um câmbio sem embreagem?

O conversor de torque, que substitui a embreagem nos automáticos tradicionais, é como um ventilador soprando outro ventilador. Imagine que você coloca dois ventiladores frente a frente e liga apenas um deles. O vento vai fazer o outro girar também, certo?

É basicamente isso que acontece, mas com óleo em vez de ar. Uma parte (bomba) está ligada ao motor e joga óleo contra outra parte (turbina) que está ligada à transmissão. Quando o carro está parado, o motor gira em marcha lenta e o fluxo de óleo é fraco demais para mover o carro. Quando você acelera, o fluxo aumenta e começa a mover a turbina.

Meu amigo Joaquim, que tem uma oficina especializada em câmbios na Baixada Fluminense, sempre explica aos clientes usando uma analogia engraçada: “É como duas pessoas numa piscina – uma batendo os pés para criar ondas e a outra sendo empurrada por essas ondas. Se a primeira pessoa bate devagar, a outra mal se mexe. Se começa a bater mais forte, a pessoa começa a se mover pela piscina.”

Câmbio automático: afinal, ele tem embreagem ou não?

E os câmbios que têm embreagem?

Nos câmbios automatizados e de dupla embreagem, a embreagem existe sim, mas é comandada por computadores. Em um carro que dirigi para testar ano passado, fiquei impressionado com a velocidade das trocas de marcha – eram instantâneas, coisa que nem o piloto de Fórmula 1 mais habilidoso conseguiria fazer num câmbio manual.

Luiz, instrutor de pilotagem defensiva que conheci num evento, me contou que muitos alunos dele têm dificuldade para entender esses sistemas: “Explico que é como se você tivesse um assistente invisível pisando na embreagem e trocando as marchas para você. Nos carros de dupla embreagem, são dois assistentes se alternando para deixar tudo mais rápido.”

Numa visita a uma fábrica de transmissões em Minas Gerais, vi de perto como esses sistemas são montados. O supervisor de produção me mostrou que os atuadores que pressionam a embreagem no lugar do seu pé são pequenos, mas extremamente potentes. “O computador consegue calcular exatamente a pressão necessária para cada situação, coisa que nós humanos fazemos por instinto e nem sempre acertamos”, explicou.

Câmbio automático: afinal, ele tem embreagem ou não?

Qual sistema é melhor para o seu dia a dia?

Depende muito do seu estilo de direção e do uso que você faz do carro. Conversando com diversos donos de carros e mecânicos, cheguei a algumas conclusões:

  • Automáticos convencionais: São os mais suaves e confortáveis. Dona Teresa, de 67 anos, adorou quando trocou seu carro manual por um automático: “Não sinto mais dor no joelho esquerdo depois que parei de pisar na embreagem no trânsito de São Paulo.”
  • Automatizados: São os mais acessíveis financeiramente. Carlos Alberto, motorista de aplicativo, escolheu um por esse motivo: “Queria a praticidade do automático sem estourar o orçamento. Nos primeiros dias estranhei os trancos, mas logo me acostumei.”
  • Dupla embreagem: Ideais para quem gosta de esportividade. André, que participa de track days amadores, não troca o seu por nada: “É o único automático que não me faz sentir falta do manual quando estou na pista.”
  • CVT: Perfeitos para cidade. Mariana, que enfrenta 2h de trânsito diariamente, é fã: “É tão suave que parece que estou em casa no sofá, não no meio do caos do trânsito.”
Câmbio automático: afinal, ele tem embreagem ou não?

Conclusão

Voltando àquela pergunta lá do começo: afinal, o câmbio automático tem embreagem ou não? Como vimos, depende do tipo:

  • Automático convencional: não tem embreagem
  • Automatizado: tem embreagem
  • Dupla embreagem: tem duas embreagens
  • CVT: não tem embreagem tradicional

Quando comprei meu primeiro carro automático, confesso que fiquei um tempão procurando entender onde tinha ido parar a embreagem. Foi só depois de desmontar um na garagem de casa (para desespero da minha esposa) que entendi como aquele conversor de torque funcionava no lugar dela.

O mais importante disso tudo é que, independentemente do sistema, todos eles foram criados para uma coisa: facilitar nossa vida no trânsito. Como diria o velho Antônio, mecânico aposentado que sempre me deu conselhos sobre carros: “O melhor câmbio é aquele que você nem lembra que está lá enquanto dirige.”

E você, já teve experiência com diferentes tipos de câmbio automático? Qual prefere para o seu dia a dia?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *